A colisão traseira entre uma carreta carregada com etanol e um caminhão foi o ponto central da ocorrência encenada no km 816 da BR-163, em Sinop, na manhã desta quinta-feira (28.10.2021). Um veículo de passeio que também passava pelo local tentou desviar do acidente, mas acabou capotando. Esse foi o cenário para a 6ª edição do Simulado de Produtos Perigosos da Concessionária Rota do Oeste.
O treinamento tem o objetivo de preparar as equipes para o atendimento de ocorrências com produtos perigosos no trecho sob concessão da BR-163/364 e aperfeiçoar os procedimentos operacionais por meio de uma simulação. A Concessionária sempre teve preocupação em aprimorar os serviços oferecidos, incluindo o treinamento na agenda anual desde 2015. Porém, o assunto passou a ser ainda mais importante diante do crescimento da indústria produtora de etanol de milho nos últimos anos.
Atualmente, Mato Grosso é responsável pela maior parte da produção e transporte de etanol de milho no Brasil, concentrando 12 das 19 usinas em funcionamento do país. As empresas se concentram principalmente na região norte do estado e a produção é transportada diversos estados, utilizando a BR-163 como principal corredor de escoamento. Portanto, ao verificar a natureza do produto perigoso que esteve presente na maioria das ocorrências entre março e agosto de 2021, constatou-se que o etanol aparece em primeiro lugar, o mesmo produto utilizado nesta edição do simulado.
A participação da indústria tornou o evento ainda mais completo, estendendo a preocupação com o transporte seguro aos diversos atores envolvidos. “Convidamos equipes das usinas de etanol da região para presenciar o simulado. É preciso que a sociedade em geral participe e compreenda a operação, que envolve diversas equipes, até como um esclarecimento das ocasiões em que é preciso realizar o bloqueio da rodovia pela segurança de todos”, explica Wilson Ferreira, gerente de Operações da Rota do Oeste.
Aproximar o simulado ao máximo das ocorrências reais, privilegiando a região norte do estado, foi uma das preocupações da Concessionária. “É imprescindível para preparar todas as equipes envolvidas e mitigar os impactos das ocorrências”, conclui Ferreira. Em nome de sua equipe, que participou do treinamento, o chefe da 6ª Delegacia da PRF de Sorriso, Leonardo Ramos, parabenizou à Rota do Oeste pelo excelente evento. “Acreditamos que surtiu o efeito desejado com alto nível de realismo da operação”.
Em ocorrências envolvendo produtos perigosos, a Rota do Oeste, em conjunto com a PRF, é responsável por garantir a segurança viária através de sinalização ou bloqueio da pista quando necessário. O protagonismo no atendimento é do Corpo de Bombeiros, únicos profissionais autorizados a permanecerem na zona quente (área muito próxima do acidente) para controle de emergência. Para o inspetor Ramos, a atuação conjunta é fundamental para observar as dificuldades e potencialidades encontradas.
A importância da BR-163 para o transporte de norte a sul do país, além do exponencial crescimento da produção agrícola de Mato Grosso e da emergente produção de etanol de milho na região norte do estado são fatores que contribuem para o intenso tráfego de cargas perigosas que percorrem a rodovia, afirma Ramos. “Daí a importância de a Concessionária estar preparada para responder as emergências”, destaca. De acordo com ele, o treinamento é fundamental para uma resposta rápida e eficiente, priorizando a segurança no trânsito e a integridade das pessoas e do meio-ambiente.
Os treinamentos voltados para produtos perigosos oferecidos pela Concessionária Rota do Oeste são importantes para que os colaboradores estejam preparados para identificar esse tipo de carga, que possui grande potencial lesivo, e conheçam as medidas de segurança para efetuar o atendimento da melhor forma. A Rota do Oeste oferece dois treinamentos semestrais focados no atendimento desse tipo de ocorrência, sendo um virtual, e outro, presencial, além do simulado, que ocorre anualmente desde 2015.
Cerca de 60 pessoas estiveram envolvidas com o evento, feito em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Corpo de Bombeiros Militar e Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAer). Também apoiaram esta edição as empresas BrVida, BC2 Construtora, FS Bioenergia, Inpasa Brasil, Xaropinho Guinchos e os órgãos reguladores Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Motoristas devem estar preparados
O transporte de cargas perigosas é regulamentado pela lei Lei nº 10.233/2001 e por resoluções da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para garantir a segurança do próprio motorista, a segurança viária e evitar danos ao meio-ambiente. Algumas das principais atribuições do condutor de veículos que transportam produtos perigosos são:
– Possuir o curso de Movimentação de Produtos Perigosos (MOPP), obrigatório para a atividade de transporte de cargas perigosas, que deve ser renovada a cada 5 anos;
– Garantir que o veículo está devidamente sinalizado, com painel de segurança e rótulo de risco, indicando a natureza e identificando a carga;
– Conhecer o plano de ação da transportadora para casos de emergência;
– Respeitar a Lei do Caminhoneiro (Lei nº 13.103/2015), destacando as normas de jornada de trabalho e descanso.