A cada dia de 2018 foram registrados na BR-163 pelo menos dois acidentes de trânsito envolvendo motociclistas. A média é do primeiro semestre do ano, quando foram atendidos pela Rota do Oeste 442 acidentes relacionados a motocicletas na rodovia. O montante representa 25% do total registrado pela Concessionária, embora o fluxo deste tipo de veículo na BR-163 seja de aproximadamente 2%. Nesta sexta-feira (27), é celebrado o Dia Nacional do Motociclista, data em que os cuidados na direção de motos são reforçados.
De acordo com o diretor de Tráfego, Fernando Milléo, o fluxo intenso de veículos de carga, uma das características da BR-163, exige atenção redobrada dos motociclistas na rodovia. Condutas como alta velocidade e ultrapassagens de veículos longos são situações que colocam em risco a vida dos condutores. O diretor aponta ainda para o perigo de acidentes em travessias urbanas, onde há o cruzamento de vias aliado ao tráfego intenso de veículos e pedestres.
“Pilotar com cuidado é a recomendação a qualquer motociclista. Quando falamos em uma rodovia como a BR-163, este cuidado deve ser ainda maior. A gravidade dos ferimentos e lesões em motociclistas envolvidos em acidentes é alta”, completa.
Um item básico para a segurança do motociclista, lembra Milléo, é o capacete. Sobre o equipamento, a Organização Mundial de Saúde (OMS) já lançou campanha alertando para a redução de até 40% do risco de morte de condutores com capacete e até 70% a incidência de lesões graves na cabeça. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que 20% dos motociclistas não usam capacete.
O estudante Arthur Dias, 26, faz parte das estatísticas da Rota do Oeste, com uma queda de moto, em Sorriso, durante o feriado do Carnaval. Ele conta que saiu de Cuiabá, onde faz faculdade, para a cidade dos pais e no meio do trajeto, acabou perdendo o equilíbrio da moto. A queda, segundo Arthur, foi resultado de um ato de imprudência dele ao mexer ao celular enquanto pilotava a moto.
“Eu faço esse percurso Cuiabá-Sorriso pelo menos duas vezes ao mês, então tinha aquela sensação de que conhecia tudo. Até por isso, acabei me descuidando. Quem anda de moto não pode ter essas falhas, porque em comparação com outros veículos, somos muito mais frágeis”, disse.
Na BR-163, o tráfego de motocicletas chega a 2%, enquanto o de caminhões e carretas representa 70% dos veículos. Ainda assim, o número de acidentes envolvendo motociclistas foi de 25% do total registrado pela Rota do Oeste no primeiro semestre do ano.
Números – O tipo de acidente com motos mais frequente na BR-163 no primeiro semestre foi a queda, com 36% do total de registros, seguido da colisão transversal (23%) e a traseira (16%). Conforme levantamento da Rota do Oeste, a região de maior incidência no trecho concessionado é Sinop, com 37% dos acidentes, além de Rondonópolis e Várzea Grande, com 13%.
Em relação ao horário das ocorrências, 31% dos casos envolvendo motos no semestre foram registrados durante à noite. O período de menor incidência foi o da madrugada, com 11,76% dos atendimentos. Quanto aos dias da semana, às segundas-feiras (71), sextas-feiras e domingos (69) foram os de maiores registros.