Uma capivara resgatada pela Rota do Oeste em Rondonópolis passou por uma cirurgia para reconstrução da pata traseira com pino e placa de metal. Com isso, o animal silvestre poderá retornar à natureza depois que estiver totalmente reabilitado. Atualmente, a capivara segue recebendo os cuidados médicos e tem recebido sessões de tratamento com ozônio para acelerar o processo de recuperação.
As veterinárias Tayomara Heiderich e Lara Faria receberam com surpresa e satisfação a oportunidade de tratar mais um animal silvestre, uma prática, segundo elas, pouco habitual na nossa sociedade, mas que vem crescendo. “Foi uma surpresa poder fazer esse tratamento. Não é um paciente que costumam levar ao veterinário”, comenta Lara. Tayomara comemora essa mudança de comportamento e destaca que tem observado cada vez mais o interesse no bem-estar animal e a preocupação em oferecer um tratamento adequado a todos eles.
Somente este ano, a Rota do Oeste resgatou e tratou nove animais, sendo seis deles silvestres. A atuação da Concessionária perante a fauna segue protocolos definidos pela empresa e aprovados pela SEMA/MT, sempre com foco no bem-estar e preservação da vida: é feito o resgate e o encaminhamento ao hospital veterinário conveniado e especializado para cada situação.
O gerente de Sustentabilidade da Rota do Oeste, Wilmar Manzi, explica que esse cuidado é um compromisso da empresa com o meio ambiente e com a vida de forma ampla. Ele entende que ao ter essa postura, a Concessionária dá um passo importante para a sensibilização da sociedade com a causa animal.
“Desconheço outra concessionária de rodovia que atua dessa forma. Fazemos isso com muito prazer, buscamos oferecer os melhores tratamentos e meios de reinserir o animal ao habitat dele. Quando não é possível, fazemos o encaminhamento para instituições acolhedoras adequadas para cada espécie”, comenta.
A capivara em tratamento foi encontrada em 14 de junho no canteiro central da BR-163, na região de Rondonópolis. O animal apresentava um ferido na perna traseira, mas continuava andando. A equipe fez o resgate e a encaminhou à Clínica Xaolin para uma avaliação especializada.
A veterinária Tayomara recebeu o animal e após submetê-lo a uma radiografia, identificou que o membro apresentava múltiplas fraturas e acionou a especialista em ortopedia Lara Faria para analisar qual o melhor procedimento a ser adotado para o quadro e espécie.
Segundo Lara, foi escolhida a técnica de tratamento com implante interno, com uso placa de aço e colocação de um pino intramedular por se tratar de um animal silvestre. A opção impede que a capivara tenha acesso à cirurgia e de alguma forma prejudique a recuperação. “O membro estava fraturado em várias partes e não tinha como alinhar e imobilizar de forma mais simples. Acreditamos que a recuperação levará entre 60 e 90 dias e depois ele terá condições de voltar à natureza”.
Agora, sob os cuidados da veterinária Tayomara, a capivara está comendo, sendo medicada e o pós-operatório conta com sessões de ozonioterapia. Ela explica que o pós-operatório é muito importante para a recuperação do animal silvestre, que naturalmente é mais estressado fora do seu habitat natural. Mesmo com a cirurgia, ele segue apoiando na perna ferida, não poupa o membro. Mas estamos monitorando isso também.
Os próximos passos da capivara para a recuperação dependem da alta médica. Assim que tiver condições clínicas, ela será levada para um abrigo em meio à natureza, onde passará pelo processo de reintrodução na natureza.
Manzi explica que alguns animais não conseguem voltar ao habitat natural e passam a viver nos abrigos especializados e conveniados com a Rota do Oeste: Pousada Mutum e a ONG AMIBEM.