As vítimas de acidentes de trânsito estão entre as pessoas que mais necessitam de doação de sangue. Em Mato Grosso, o estoque dos bancos públicos está abaixo da demanda. No Dia Mundial do Doador de Sangue (14 de junho), a Rota do Oeste, responsável pela BR-163, faz o alerta à necessidade de doações de bolsas. Entre os doadores já cadastrados estão funcionários da Concessionária, que além do interesse em ajudar o próximo, contribuem com as vítimas de acidentes na rodovia em que trabalham.
O condutor socorrista da equipe de resgate da Rota do Oeste em Acorizal, Lúcio Bispo da Silva, 25, é doador de sangue desde os 18 anos. Ele conta que fez a primeira doação para o filho de amigos que precisava de transfusão do mesmo tipo sanguíneo que o dele. Depois disso, decidiu se cadastrar como doador para ajudar outras pessoas.
“Eu sempre trabalhei na área da saúde e vejo o quanto a doação de sangue é importante. Atuando agora na BR-163, esse entendimento de que um ato simples pode salvar vidas é ainda maior”, destaca.
No caso do operador de tráfego em Nova Mutum, Rinaldo de Souza, o cadastro como doador de sangue surgiu por necessidade da própria filha. Há 27 anos, ela foi diagnosticada com leucemia e precisava de transfusões de sangue com frequência. Na época, Rinaldo lembra que os estoques nos bancos de sangue eram baixos, por isso, tornou-se doador.
“Eu vivi o que é precisar de doações de sangue e não ter. Trabalhando na BR-163 vejo isso diariamente, com o atendimento a acidentes em que as pessoas são transferidas para unidades de saúde, necessitando urgente de transfusões. O sangue doado não faz falta alguma para o doador, mas muda a vida de alguém”, pontua Rinaldo.
Em 2019, a Rota do Oeste registrou o encaminhamento de 38 vítimas graves de acidentes no trecho concessionado da BR-163. O gerente de Operações da Concessionária, Wilson Ferreira, destaca que o encaminhamento para unidades de saúde pode levar a necessidade de transfusões de sangue para cirurgias ou outros procedimentos médicos.
“No caso das vítimas de acidentes de trânsito a disponibilidade da oferta de bolsas de sangue é fundamental na sobrevida. Por isso, a importância de manter os bancos com quantidades suficientes para atender às vítimas”, pontua.
Apoio – A coordenadora do Hemocentro MT, Gian Carla Zanela, explica que na maioria dos casos graves de vítimas de acidentes, quando não há necessidade de doação durante o atendimento, haverá no processo de recuperação. “A média de doadores do Hemocentro é de 60 por dia, sendo que só o Pronto Socorro de Cuiabá, por exemplo, necessita de 715 bolsas por mês. Precisamos e muito de doadores”, disse Gian Carla.
Para ser um doador é necessário ter entre 18 e 65 anos, estar acima dos 50 kg e apresentar boas condições de saúde. Estão proibidas as pessoas que tiveram hepatite depois dos 10 anos, portadores de DSTs, sífilis e doença de chagas, usuários de drogas ou quem teve relações sexuais (com parceiro desconhecido ou eventual) sem o uso de preservativos.