O número de atendimentos de incêndio registrado na BR-163/364 em agosto de 2020 é o maior em 4 anos. Os dados são da Rota do Oeste e apontam ainda que das ocorrências registradas em 2020, em que houve a necessidade do auxílio do caminhão-pipa da Concessionária, 47% aconteceram neste mês. Os serviços foram prestados no trecho sob concessão, que vai de Itiquira à Sinop, compreendendo a BR-070 (Várzea Grande e Cuiabá).
Desde o início deste ano, até o dia 23.09, as equipes atuaram em 379 ocorrências de queimadas no trecho sob concessão, 39,33% a mais do que no mesmo período do ano passado. Só em agosto de 2020, as equipes foram acionadas 106 vezes para atendimentos de incêndio. O número é 73,77% maior do que os registros do mesmo período de 2019. Levando em consideração as ações durante o período proibitivo de queimadas em Mato Grosso (que teve início no dia 1° de julho e vai até o dia 30 de setembro), as equipes combateram entre julho e agosto, 188 incêndios. O dado aponta um aumento de 45,73% em relação ao mesmo período de 2019.
A Tenente Coronel do Corpo de Bombeiros, Sheila S. Santana explica que a presença da Rota do Oeste na BR-163/364 é um fator positivo no combate às queimadas. “Principalmente por chegar até o local do incêndio com mais rapidez, fazendo o primeiro atendimento, que é extremamente importante para que o incêndio não evolua e não vire uma ocorrência de grandes proporções”, diz. A Concessionária atua, e tem Integrantes preparados para agir, apenas em princípios de incêndio às margens da BR-163.
A empresa também possui comunicação eficaz com o Corpo de Bombeiros para que o combate a queimadas de grandes proporções seja feito de forma rápida, oferecendo apoio à Corporação. “O apoio é de extrema importância, porque sabemos que é um local que não vamos precisar nos preocupar, porque tem atendimento rápido. Se todas as estradas do estado tivessem o suporte que a Rota dá, seria bem melhor”, comenta o secretário executivo do Comitê do Fogo e Tenente Coronel do Corpo de Bombeiros, Paulo André Barroso.
Atuação
Segundo a Rota do Oeste, ainda que a maioria das ocorrências não iniciem faixa de domínio, a fumaça que chega até a pista de rolagem causa transtorno e prejudica a visibilidade do condutor, exigindo maior cuidado do motorista que trafega na BR-163. O levantamento da Concessionária aponta que este ano a empresa realizou 15 interdições no trecho concessionado, devido a quantidade de fumaça na rodovia.
O gerente de operações da Rota do Oeste, Wilson Ferreira, explica que a medida é tomada quando a segurança dos usuários fica comprometida. “Quando a fumaça que vem das redondezas chega até a rodovia, nossa equipe realiza a devida sinalização e orienta os condutores no local. Sé há o comprometimento na visibilidade, realizamos a interdição total, com a autorização da Polícia Rodoviária Federal (PRF), até que os motoristas possam dirigir com segurança”, explica.
Para fornecer apoio ao Corpo de Bombeiros no combate aos incêndios, importante atividade para a segurança viária, a Rota do Oeste dispõe de cinco caminhões-pipa, que estão posicionados em locais estratégicos, em pontos onde existe um histórico de ocorrências para que a atuação seja feita ainda no foco inicial do incêndio. Além dos caminhões-pipa, a Concessionária possui 19 veículos de inspeção de tráfego (veículos que percorrem todo o trecho, prestando auxílio aos usuários, identificando ocorrências etc.), todos com abafadores. A orientação é de que a equipe de inspeção informe imediatamente ao Centro de Controle Operacional (CCO) sobre o indício de qualquer foco de incêndio, ampliando assim o atendimento e atuando no início da ocorrência.
Prevenção
A preocupação da Rota do Oeste com o aumento das ocorrências em época de estiagem é constante, por isso, o trabalho preventivo é realizado todos os anos, tendo início no mês de maio, quando a Concessionária intensifica os serviços de manutenção e limpeza da rodovia, executando a roçada (mecânica e manual) da faixa de domínio, construção de aceiros, que impedem que a vegetação avance.
É neste período que a empresa identifica os pontos com histórico de ocorrências para posicionar os veículos da empresa de forma estratégica. “É um trabalho que fazemos todos os anos e que permite que a nossa atuação aconteça, no início da ocorrência, quando o fogo ainda tem pequenas proporções”, explica Ferreira.
Faixa de Domínio
Atualmente a Concessionária mantém sete equipes que atuam de forma permanente em todo o trecho, destas, três executam os serviços apenas no norte do estado, com a execução de roçadas (mecânicas ou manuais), evitando que a vegetação cresça na faixa de domínio, por no mínimo 4 metros da borda da pista de rolagem, conforme determina o contrato de concessão.
É importante lembrar que os produtores rurais que possuem propriedades às margens da BR-163, podem roçar a área localizada entre a cerca e o bordo da rodovia. Para obter autorização para esta atividade, os interessados podem entrar em contato pelos telefones (65) 3056-9212 e (65) 99619-8157. A autorização é concedida em até 24h.
Mato Grosso
O cenário de aumento de queimadas acontece em todo o estado. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Mato Grosso teve 10.430 focos de incêndio em agosto de 2020. O número é 76,71% maior do que o mês anterior, e 23,01% a mais do que o mês de agosto de 2019. Santana comenta que, além da região do pantanal, os municípios de Novo Santo Antônio, São Félix do Araguaia, Ribeirão Cascalheira e Feliz Natal tiveram alta de ocorrências em 2020. Segundo o Inpe, Poconé foi o município de Mato Grosso que mais registrou queimadas em agosto, com 1.886 focos de incêndio.
Os dados Inpe apontam também que no mês de agosto, o Pantanal teve 202,31% de área queimada a mais do que no mês de julho de 2020. O tenente conta que está há 40 dia no Pantanal Mato-grossense e diz que este é o bioma mais atingido no estado. “Ele era o mais preservado, mas pelo menos 22% já foi queimado este ano. Estou atuando no resgate da fauna silvestre, pois muitos animais estão sofrendo com as queimadas”, fala. Barroso explica que vivemos um período de seca mais severo em 2020. Segundo ele, o ano representa a maior seca dos últimos 45 anos e, o acúmulo de biomassa e a dificuldade de acesso à mata são condições que influenciam no cenário, mas a ação humana, com incêndios criminosos também é um fator importante.